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Arquitetos: Seniman Ruang
- Área: 800 m²
- Ano: 2021
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Fotografias:Celvin Leowardi
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Fabricantes: Allia Picaso Tiles, Beranda Living, Byoliving, ErreLuce, Essenza Gris Cemento, GAF, Inovasi Wahana Anak, Jatitari Meubel, Mohoi, Niro Granite Matt Lapato, Sulawesi Coconut Wood
Descrição enviada pela equipe de projeto. Após mais de um ano de pandemia e paralisações, o anseio dos residentes por uma experiência ao ar livre surgiu nas grandes cidades da Indonésia. Os restaurantes deixaram de ser apenas um lugar para comer e se tornaram uma fuga doméstica devido à impossibilidade de viajar para o exterior. Projetado por Seniman Ruang, os Pavilhões Talaga Sampireun visam oferecer uma experiência natural de jantar ao ar livre com uma nova imagem da vida rural da Indonésia, mantendo ao mesmo tempo, seus valores tradicionais. O projeto foi realizado na cidade de Bekasi, que tem uma densa população de famílias e trabalhadores da indústria. O objetivo era transformar 10.000 m² de um terreno vazio em numerosos edifícios isolados, com uma entrada, refeitório principal, refeitório VIP, Saung, cozinha, sanitários e paisagismo composto de áreas verdes, lago artificial, horta e playground.
O lago foi construído para resfriar as condições quentes e áridas, e funcionar também como um imenso reservatório para a coleta da água da chuva, reaproveitada para irrigação automática das plantas. Rodeado por 17 espaços de refeições flutuantes chamados de Saung (uma cabana sundanesa, geralmente construída como abrigo de descanso para os agricultores locais), o lago tornou-se a principal atração e um novo habitat que naturalmente cultiva peixes para clientes e trabalhadores.
A ideia era solucionar a condição do local, implementando uma arquitetura vernacular. Todos os edifícios foram projetados para permitir a ventilação natural cruzada que minimiza a dependência do ar condicionado, e a ampla extensão do telhado, inspirada na forma de uma folha de bananeira, sombreando os ambientes do calor e das chuvas fortes tropicais. O orçamento apertado foi o desafio que fez com que todos os materiais fossem selecionados cuidadosamente para que ainda pudessem trazer atemporalidade ao projeto. O projeto incorporou materiais estruturais locais e ecologicamente corretos ao lado de estruturas modernas de aço.
A madeira de coco Sulawesi, que não era comumente utilizada em seu local de origem e vendida a um preço muito baixo, foi predominantemente utilizada como estrutura, piso e parede do Saung. Além de serem acessíveis, rígidas, e de fácil cultivo, elas também envelhecem lindamente — quanto mais velha a madeira, maiores as fibras, e mais exótica se tornam. O piso foi elevado para evitar cupins e a cobertura foi mantida exposta com as telhas de madeira, minimizando o orçamento, além disso, o resfriamento passivo foi obtido permitindo o fluxo de ar sob e sobre o edifício.
O projeto tentou dar mais do que apenas uma abordagem sustentável, mas também um valor cultural. A entrada foi coberta em rattan com uma forma moderna, como uma interpretação do tecido batik indonésio. Os tijolos foram expostos e sobrepostos em outro padrão Batik como divisória entre a cozinha e o salão de refeições. Linhas de bambu foram embutidas em diferentes alturas e composições ondulantes, permitindo o fluxo de ar entre suas aberturas. Os azulejos vintage locais, Tegel Kunci, foram aplicados para realçar uma área focal do piso e expressar modéstia. A decoração acessível foi selecionada para dar vida ao ambiente rural, como os tradicionais talheres indonésios como decoração e os chapéus dos agricultores transformados em luminárias de parede.